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SEXTO DOMINGO DA PÁSCOA A PROMESSA DO PARÁCLITO

A ação dos discípulos continua com a expansão da Igreja. Lucas narra, na Primeira Leitura deste Domingo, em Atos 8, 5-8.14-17, primeiramente a evangelização realizada pelo diácono Filipe, em Samaria, região hostil a Jesus herdada do domínio assírio desde o ano 722 a.C. Começa o relato de hoje dizendo que Felipe anunciava o Cristo (v.5), evangelizava o Reino de Deus (v.12). O foco é Jesus, o único Senhor e Redentor. A pregação de Felipe tem grande aceitação pelos que esperavam o Messias (Jo 4,25), trazendo alegria para muitas pessoas que aceitaram o batismo, tanto homens como mulheres (v.12).

Da evangelização de Felipe, a leitura de hoje salta o texto sobre o mágico Simão, inserindo a ação dos Apóstolos Pedro e João, enviados pela Igreja de Jerusalém, ficando a atenção na atividade apostólica. Percebemos a unidade da Igreja na figura de Pedro, sucessor nomeado por Cristo, que confere o senso apostólico do representante dos Doze. O que destacamos é o fruto do trabalho de todos. Pedro e João foram enviados para que “recebessem o Espírito Santo” (v.15). Jerusalém, os Doze, reconhece a legitimidade do trabalho do diácono Felipe, também a superação das divergências de séculos, e que existiam também no tempo de Jesus. A imposição das mãos de Pedro e João não é de ratificação do Batismo, mas impulsionar para a missão, por isso Lucas separa os dois sacramentos. Ao batismo administrado por Felipe não falta nada, a imposição dos mãos, pelos Apóstolos enviados de Jerusalém, é a efusão do Espírito Santo, um novo Pentecostes impulsionando os samaritanos para a missão que são chamados, evangelizar.

São Pedro ( 1Pd 3, 15-18), na sua catequese, convoca ao testemunho da missão: “pois será melhor que sofrais, se esta é a vontade de Deus” (v.17). O cristão deve estar preparado quanto ao conhecimento da fé, porque se formos testados, a nossa resposta será de acordo com a bondade e o temor de Deus, procedendo na presença de Deus. Não pensamos que agimos como novidades da fé, porque a novidade é Cristo. O conhecimento não indica uma grande santidade, mas o testemunho diário, e exercício espiritual são degraus da perfeição. A santificação da alma é saber se nosso coração está de acordo com o coração do Senhor, porque a santificação do alma é a santificação do corpo. Se quer saber como será a glorificação pessoal no céu, saiba como é a sua fé, na terra, atestada pelas boas obras. Se parecer difícil por causa das injustiças, a injustiça por algumas vezes é instrumento para a santificação. Deus nos ensina a suportar voluntariamente as tribulações.

No Evangelho, São João nos deixa o grande mandamento do amor (14,15-21). O texto é dominado pelo pensamento do amor de Jesus. A ideia da separação de Jesus provoca uma grande perda. Jesus os consola com uma promessa duradoura e melhor. A realidade desse amor está vinculada à obediência, a observância completa e concreta dos mandamentos (vv. 15.21). Este amor é a epifania do Senhor (v. 15) do encontro com a Trindade (21). Só em Jesus se pode ter a experiência do Pai, e suas palavras são as do Pai. Não existe prova que dispense a fé, e as palavras de Jesus dispensam provas, elas são por si mesmas transparentes e remetem à pregação e tiram todos os tapumes que afastam do Pai. Jesus não promete aos discípulos nenhum outro ver de Deus, mas o ver no Deus que está nele, na sua presença histórica. Jesus prometendo o Espírito Consolador, é afirmar que continuará com sua Igreja. O discurso de despedida de Jesus é o tempo da Igreja, dos seus problemas, suas interrogações, o ódio do mundo, as perseguições, incredulidades, apostasias. É uma experiência que acompanhará o cristão, mas o Espírito permanecerá nela e com ela, ensinado e testemunhando. O mundo não é capaz de entender isso, e continua até hoje sem entender, inclusive alguns da comunidade. A incapacidade de acolher o Espírito surge da cegueira em não querer ver, nem reconhecer sua ação, substituindo-a pela ação dos homens. Em outras palavras, Jesus afirma que o mundo não consegue ver o Espírito Santo em suas manifestações. O Espírito não é para o mundo, é para os discípulos. E há muitos (discípulos) de hoje que não vêm o Espírito, vêm o mundo e querem respostas do mundo para o Reino de Deus.

 
 
 

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