SOLENIDAE DE PENTECOSTES

Queridos irmãos e irmãs, a Solenidade do Espírito Santo nos recorda como Deus é paciente conosco. Sabendo Ele da nossa dificuldade em entendê-Lo, o que é possível, no seu Plano de Salvação, Ele se revela aos poucos, dando-nos tempo para assimilar seus ensinamentos e aceitá-los. Primeiramente Ele nos fala pelos Patriarcas, como Noé, dando ao povo oportunidade de arrependimento e purificação na arca do dilúvio. Depois chama Abraão para fazer dele o povo da Aliança. Mais tarde escolhe José, para alimentar seu povo no período de escassez de comida. Chama e prepara Moisés para libertar e conduzir o povo à terra onde corre leite e mel, entregando-lhe as leis para caminhar com retidão. Institui profetas para falar dele ao povo e aos reis, mostrando o reto procedimento.

Continuando, quando “se cumpre a plenitudes dos tempos, envia seu Filho nascido de mulher” (Gl 4,4) para remir os que estavam sujeitos à Lei. É quando se tem notícia do Espírito Santo, que, pelo anjo, anuncia a encarnação do Verbo. Lembremos que, no Antigo Testamento, o povo não conheceu nem Jesus Cristo nem o Espírito Santo. Existiam, porque não foram revelados, somente o Pai Criador. Deus tem paciência e se mostra aos poucos. Hoje celebramos a manifestação do Espírito Santo diante do universo. É uma manifestação pública, uma vez que às pessoas escolhidas já fora apresentado, como a Maria, na anunciação do anjo, comunicando-lhe a maternidade divina (Lc 1, 26ss). No Batismo de Jesus, quando o “Espirito Santo desce sobre ele em forma corporal, como pomba (3, 19)”. Jesus fora conduzido pelo Espírito Santo no deserto, em seu retiro de preparação para a pregação do Reino de Deus (Lc 4,1ss).

Tudo isso nos conduz à preparação do grande momento da história da salvação, o Espírito Santo que é revelado, como Cristo prometera. Assim acontece como se conhece a Trindade Santa: Pai, Filho e Espírito Santo; de quando, publicamente, o Espirito Santo apresenta ao mundo a Igreja, o Reino de Cristo, na festa de Pentecostes, uma festa agrícola de ação de graças do povo judeu. O mundo conhecido estava em Jerusalém, e Pedro, assistido pelo Espírito Santo, proclama, confirmando a ressurreição de Jesus, acrescentando: “Arrependei-vos, a fim de que sejam apagados os seus pecados, e desse modo venham da face do Senhor os seus tempos e refrigério” (At 3, 19-20). Completa-se a revelação do Plano de Salvação da humanidade com a manifestação do Espírito Santo.

Povo de Deus, temos o Espírito Santo que nos concede o dom da fortaleza e da Sabedoria para caminharmos com segurança. O dom do entendimento, para compreender corretamente a vontade do Pai Celestial. O dom da ciência, para iluminar a inteligência. O dom do conselho, para que se restabeleça a paz no mundo. O dom da piedade, para que nossas orações sejam pontes de amor. O dom do temor de Deus, para que nossos pensamentos, palavras e ações não sejam uma ofensa ao amor misericordioso do Pai Celestial.

Assim seja!