ANO A – 14º DOMINGO DO TC O SEGUIMENTO DE JESUS
- encontrobiblicocat
- 5 de jul. de 2020
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A primeira leitura, tirada de Zc 9,9-10, relata o soerguimento de Jerusalém com a vinda do Rei-Messias, dirigida à comunidade chamada “filha de Sião”, “filha de Jerusalém”. O Rei será justo, humilde, montado num jumento. É a figura do rei messiânico que fará justiça e agirá como o servo profetizado por Is 49,4; 50,8; 53,12. Todos os instrumentos de guerra serão banidos, como os carros e os arcos. Haverá a reconciliação entre os inimigos e paz reinará. É uma profecia que se refere ao Messias-Jesus restabelecendo a unidade do povo de Deus, destronando as injustiças, as desigualdades humilhantes e instaurando um Novo Reino de paz. O ódio será substituído pelo amor e o respeito será o alicerce da nova nação.
São Paulo explica para os romanos (Rm 8, 9.11-13), e para nós hoje, como é a vida em Cristo. Ele prometeu o Espírito que age em nós. Somos constituídos nova criatura a partir da ressurreição, com um novo corpo, nova vida. Tornamo-nos devedores a Deus por esta nova vida, portanto, o Espírito que nos vivifica torna-se habitante do novo corpo. Mas, para isso, é preciso morrer no pecado para ressurgir na nova vida. É uma nova mentalidade, um novo modo de pensar e viver. São Paulo, na sua teologia, prega às comunidades o Cristo depois da cruz, o vitorioso em sua ressurreição, o Cristo glorificado, insistindo que essa é a nossa vocação, pois Cristo não foi derrotado, é o vencedor. O Espírito que habita em nós nos fortalece até à glorificação.
No evangelho, Mateus (11, 25-30) se refere ao comportamento das autoridades humanas como autoritárias, em face das verdades divinas anunciadas por Ele, e à atitude dos humildes. A simplicidade das crianças lhes permite compreender o que escapa da cegueira dos orgulhosos. A palavra de Jesus foi recusada pelos chefes espirituais dos judeus, mas acolhida pelas pessoas mais simples e analfabetas, por isso ele agradece ao Pai. É o reconhecimento dos bens que Deus preparou desde a eternidade para distribuí-los no tempo de sua manifestação, nos últimos tempos, isto é, instauração do Reino sobre a terra, a hora decisiva para salvar a humanidade. Constata-se que os sábios, os fariseus, os mestres da lei mosaica são deixados de lado, enquanto os de pequena inteligência, “o povinho” ignorante dos ensinamentos da lei, torna-se beneficiário da graça. Os homens se fecham no seu saber, enquanto os humildes se abrem ao dom divino. Foi o que aconteceu na comunidade no tempo de Mateus. Hoje as nossas comunidades podem também se unir a este hino de Jesus, confirmando, a cada dia, a sua fé. O Filho não conhece o Pai para retê-lo, mas para torná-lo conhecido. Só Jesus, com a consciência de unidade com o Pai, pode revelar esse mistério.
Aprendamos a profunda intimidade do Filho com o Pai por quem nos chega verdade redentora. Esta máxima de Jesus está no contexto sapiencial, como podemos ver em Eclesiástico 51,23-27, onde a sabedoria personificada aparece como um mestre, que convida os homens a frequentar sua escola para serem instruídos na verdade. Neste texto, é Jesus, revelador do Pai, que vimos anteriormente, fazendo um convite urgente de adesão ao seu ensinamento.
Os fariseus tinham muitas leizinhas que se tornavam um peso para o povo de difícil prática. Jesus se apresenta leve e suave em suas exigências. Convida a ser seu seguidor, seu discípulo. Ele não se impõe com violência, mas é solidário com os humildes e pobres, convida-os a imitá-lo no amor misericordioso. Por isso, a sua carga é fácil de ser carregada. A palavra de Jesus está cheia de obediência à vontade do Pai e consiste na adesão à sua doutrina. As comunidades de hoje criam tantas normas, tantas correntes disso ou daquilo, como se elas pudessem substituir o Evangelho, tornando-se verdadeiros obstáculos para a adesão a Jesus.

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