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Ano “A” – 24º DOMINGO DO TC A PEDAGOGIA DO AMOR

Na Primeira Leitura (Eclo 27, 33-28,9), a Sabedoria coloca à disposição do homem a reta conduta para alcanças a felicidade. Tudo se resume no perdão. A ausência do perdão está no rancor, no ódio, na vingança, na injustiça, na falta de misericórdia. Tudo isso provoca uma crise de insegurança e desequilíbrio interior, que se traduz por falta de paz. O pecado trouxe para o homem a infelicidade e uma guerra interior. Sua consciência está sempre condenando-o. A Sabedoria de Eclesiástico coloca para o homem um remédio eficaz: ficar longe do pecado, do ódio, do rancor, da discussão e viver o mandamento do amor que consiste no perdão e acolhida ao próximo. Fazendo isso a paz interior será restabelecida e o Altíssimo renovará a Aliança com seus filhos.

Na Segunda Leitura (Rm 14,7-9), Paulo escreve para a Igreja que está em Roma, talvez para grupos que viviam em disputas entre si, cada um se dizendo melhor do que o outro. Mais ou menos como temos hoje em algumas comunidades, cada uma se dizendo melhor do que outra. O Apóstolo faz uma advertência: para nada servem as aparências, para nada servem as riquezas, a evangelização não se faz com dinheiro e nem com templos suntuosos. Tudo o que fizermos é para o Senhor e a ele pertencem as nossas ações. A fortaleza da fé está no Testamento de Cristo deixado na cruz e não nas obras materiais. Se Morrermos, é para Cristo, se vivemos, é para Cristo, pertencemos ao Senhor, por isso Cristo morreu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos, renunciando os reinos terrenos para nos conquistar o Reino de Deus.

No Evangelho (Mt 18, 21-35), ainda nos discursos de Cristo sobre a Igreja, Mateus ensina como viver o amor na comunidade. O relato é focado em dois pontos: a misericórdia do rei e a condenação do súdito que agiu com crueldade. Depois de ter experimentado a graça e a misericórdia do seu rei, o súdito não teve compaixão pelo colega que lhe devia alguns centavos. Enquanto o rei se deixa levar por misericórdia, perdoando-lhe, este, levado pela impiedade, manda jogar na prisão o pobre. Percebemos a solidariedade dos colegas que denunciam ao rei o comportamento do perdoado da dívida. O rei reconsidera seu perdão, manda colocá-lo na prisão, torturá-lo e de lá só sair depois de pagar o último centavo. O empregado não entendeu que seu perdão deveria também ser estendido, com a mesma misericórdia, aos outros. O seu grande pecado foi não reconhecer que, perdoado, deveria perdoar generosamente o colega. Ele não concedeu ao outro o que recebeu: Não devias, também tu, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? Em outras palavras: o servo deveria comportar-se como o fez o rei, ditando uma nova lógica do Reino de Deus, tornando-se distribuidor de misericórdia. O perdão recebido gratuitamente no Batismo deve ser o paradigma da comunidade. A construção da comunidade acontece abertamente, uma vez que a ofensa fere a todos, por isso a reconciliação é mais que interpessoal. A prática da reconciliação é partilhada, é a pedagogia do amor. A responsabilidade da salvação é uma tarefa entregue à Igreja para confirmar a universalidade da misericórdia. A magnanimidade do rei abriu espaço para uma nova vida a ser vivida responsavelmente na comunidade.

Deus aparece na figura do rei para mostrar quem é o Pai, sua pedagogia salvífica, sua misericórdia, mas, também, sua exigência. É um Deus justo que agirá sem clemência para quem não for clemente com seu irmão: Assim, encolerizado, o rei o entregou aos verdugos até que pagasse toda a sua dívida. Eis como meu Pai celeste agirá convosco, se cada um de vós não perdoar, de coração, ao seu irmão (vv. 34-35).

 
 
 

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