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Ano A – 25º DOMINGO DO TC OS OPERÁRIOS DO REINO

O Profeta Isaias (Is 55, 6-9) insiste na conversão dos estrangeiros. É a última oportunidade para participar da comunidade dos eleitos. Quem não nasceu israelita, povo leito por Deus, não podia frequentar o templo, mas agora o profeta dá a última oportunidade para se tornar servo do Senhor. Para fazer parte do povo eleito é preciso renunciar as idolatrias, abandonar o pecado, converter o coração para Deus. O tempo está se acabando para ser admitido entre os escolhidos, portanto trocar o caminho da perdição pelos caminhos de Deus é a última oportunidade. Essa troca de vida provoca a conversão interior para encontrar a felicidade. O mesmo convite nos é feito hoje, ainda há tempo, somos convidados a abandonar o pecado para participar do Reino de Deus e sermos admitido na Jerusalém Celestial.

São Paulo (Fl 1, 20c-24.27a) faz uma exortação à Igreja que está em Filipos para que deixe Cristo apossar de suas vidas como fez o apóstolo sua morada. Se o apóstolo vive, é para testemunhar o Cristo, pregando o Evangelho, por isso insiste com aquela comunidade para se perseverar em Cristo e em unidade. Para Paulo seria melhor morrer e participar das alegrias celestiais, mas sua vida é necessária para continuar a trabalhar pela conversão dos filipenses. Muitas vezes achamos que fizemos tudo aqui, já está na hora de sermos chamados por Deus. Não conhecemos os pensamentos de Deus, como vimos na primeira leitura. Só Ele sabe da missão que nos foi dada, cabe-nos trabalhar intensamente e sem desanimar enquanto vida tivermos, por isso viver vida digna do Evangelho de Cristo, lutando como uma só alma, é nossa vocação.

No Evangelho, Mt 20, 1-16a, que está dentro da pregação sobre o advento do Reino dos Céus, Mateus apresenta a parábola dos trabalhadores da vinha O mundo está sempre na contramão de Cristo. Nessa parábola, que mostra a misericórdia de Deus, o confronto é contra os judeus, ou mais precisamente, os judaizantes. Os valores maiores nunca coincidiam com os de Cristo. Podemos dizer que essa parábola seria uma provocação para transmitir um ensinamento cristão superior à Lei. No final, o pagamento é igual a todos, originando um julgamento injusto ao pagar o mesmo salário, tanto aos primeiros como aos últimos. Temos a bondade de Deus e a inveja de outros pela incapacidade de ver a bondade do dono da vinha; neste caso, Deus, que disponibiliza o Reino dos Céus, a vida eterna, com julgamento diferente dos homens. Não há correspondência econômica, mas retribuição segundo os critérios divinos. São critérios profundamente diferentes. Deus não julga como os homens. Os contratados de última hora recebem o mesmo pagamento que os primeiros. Aos convertidos de última hora é dado o Reino do mesmo modo que aos primeiros. A generosidade do dono da vinha anulou o privilégio de uns e superou a deficiência de outros. Neste caso, Jesus está colocando os gentios, que não tinham sido chamados anteriormente, no lugar dos judeus que foram escolhidos há séculos como povo da promessa. Enquanto os primeiros escolhidos não aceitaram Jesus, os últimos, os pagãos, o aceitam na última hora. O gesto de chamar os últimos e colocá-los na frente dos primeiros, para receberem o pagamento, é uma provocação para que repensem ao chamado de Deus que lhes foi feito há muitos séculos. Jesus oferece a salvação aos perdidos por sua infinita bondade e misericórdia, dom do Pai. É o gesto de acolher os excluídos para participarem do Reino. Os fariseus, apegados à sua religiosidade legalista, incapazes de ver a misericórdia divina, desconhecem a Deus e se prendem à Lei, que não salva, mas amarra o homem a regras que o escravizam. Ao apego a práticas penitenciais judaicas, Jesus acolhe aos que estão dispostos a aceitá-lo e a crerem no anúncio da Boa Nova. Passou o período do privilégio religioso e nasce a misericórdia que convida a abrir-se aos pagãos ou se fecharem em grupinhos farisaicos. Os trabalhadores de última hora são os que querem seguir a Jesus e ganharem a salvação pela fé. A Igreja de Mateus está às voltas com o judaísmo. A ruptura está para acontecer, e essa parábola é uma resposta forte aos que recusam o Cristo: Os últimos serão os primeiros, e os primeiros, os últimos. Jesus, em sua Igreja, substitui a lei judaica. A Igreja é a nova realidade de uma nova aliança divina com os homens que sobrepõe ao Israel histórico. A polêmica é dirigida aos judeus que se agarram à Lei e não aceitam o Cristo. Hoje, muitos precisam fazer um redimensionamento da fé. Há muitas meias-verdades que não ensinam o que a Igreja guarda como depositária da misericórdia de Cristo. O sincretismo religioso alimenta o relativismo que coloca a fé cristã numa subordinação temporal. A Igreja não é minha, não posso fazer dela o que quero. Eu sou da Igreja e preciso fazer de mim o que ela quer.

 
 
 

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