Ano A – 26º D0MINGO DO TC
- encontrobiblicocat
- 26 de set. de 2020
- 3 min de leitura
Na primeira leitura o profeta Ezequiel (18, 25-28) nos apresenta o modo correto do Julgamento de Deus. Alerta que nada temos a cobrar de Deus, como se no livro d’Ele ficassem anotados os créditos das boas obras. E também que cada um é responsável pelos seus atos. Não podemos colocar a culpa nos outros pelos nossos pecados, como alguns pensam, para se livrar da responsabilidade pessoal, dizendo: eu pequei por alguém me levou a pecar. E o que é mais sério: precisamos ser bons toda a vida. Em outras palavras: não temos o direito de pecar, é a perseverança em fazer sempre o bem. E a justiça divina é tão profunda que aceita o arrependido até na última hora. Deus não condena o pecador, mas o pecado, por isso precisamos eliminar o pecado de nossa vida.
O Apóstolo, na segunda leitura (Fl 2,1-11) exorta, como em súplica, para que coloquemos em nós o Cristo todo com sua história salvadora. Apela ao amor que nos encoraja e sustenta, mesmo se estivermos deprimidos; invoca o espírito de comunhão que liga toda a comunidade. Pede aos filipenses, e a nós aqui, que torne completa a alegria em Cristo, praticando uma profunda unidade. Na Igreja de Filipo estava acontecendo uma desunião, alguns se achando superiores aos outros, por isso pede para não fazer nada com espírito de competição nem por rivalidade, não se preocupando só com próprio bem, mas com os demais membros da comunidade. E termina com o hino cristológico exaltando o Filho de Deus que se despiu de toda a glória para nos salvar. Renunciou a divindade para nos servir com sua vida na cruz, abrindo-nos as portas do céu. É uma Igreja desejada por Cristo e ensinada por Paulo. Cabe-nos perguntar que Igreja somos.
O Evangelho Mateus, Mt 21,28-32, nos apresenta a parábola que centra no dualismo de resposta e comportamento dos dois filhos. O comportamento impensado dos dois que depois têm duas atitudes diferentes. O primeiro mostrou a imaturidade de quem não se pode confiar, enquanto o segundo, refletindo sobre seus atos, foi capaz de trabalhar sua vida e tornar-se participante da vida familiar. A parábola é uma provocação: Que vos parece? No final oferece uma alternativa aos ouvintes: Qual dos dois fez a vontade do pai? Jesus apresenta um fato novo para o amadurecimento da comunidade: a obediência não se traduz por palavras, mas por atitudes concretas.
Aqui temos uma realidade apresentada por Jesus: obedecer as regras simplesmente porque fazem parte dos mandamentos, do legalismo, mas, sem a conversão do coração não vale para nada. As regras que servem para orientar a conversão, para modelar o interior, redirecionar a vida para Deus são admissíveis quando mudam a atitude humana. A vida judaica, diante de Deus, estava delineada na teologia deuteronômica, o código era rígido e tinha o seu formalismo que, muitas vezes, não continha a resposta do amor a Deus, ao passo que, os que estavam longe da lei, como os publicanos e as prostitutas, Jesus os apresenta como seus seguidores, capazes de se arrependerem e de segui-lo. Agora não é a lei que prevalece, mas a revelação da vontade do Pai que se manifesta no anúncio do Reino de Deus e chama à conversão. Os verdadeiros obedientes são os pecadores que creram no Filho e passaram a fazer parte dos eleitos.
Fica bem claro quais são os admitidos e os excluídos do Reino. Procurar Deus, excluindo Jesus é uma ilusão, e em Jesus está a obediência até a morte, e morte de cruz. O pessoal do templo, funcionários e rabinos, quando perceberam que a parábola era uma alusão a eles, em vez de se converterem, tentaram matá-lo, perseverando no seu erro.
Vamos acordar e repensar nossa vida.

Comentários