ANO A – 27º DOMINGO DO TC A VINHA DO SENHOR
- encontrobiblicocat
- 3 de out. de 2020
- 3 min de leitura
A Liturgia deste Domingo nos convida a rever nossa relação com Deus. De um lado apresenta a fidelidade de Deus, em conta partida o homem responde com sua infidelidade.
Na primeira leitura Isaias (5, 1-7) conta uma parábola mostrando a ternura de Deus para com o povo ingrato. A princípio o Profeta não revela o seu verdadeiro propósito, mas deixa perceber aos ouvintes que estão condenando a si mesmos. No primeiro momento trata-se de um relato agrícola, no segundo, é um cântico de amor ao seu amigo. Fica claro que fala sobre a infidelidade do Israel, sua traição que não conservou nem zelou pala terra data por Deus, e muito mais, o amor de Deus dado sem restrição. A terra era rica simbolizando a fidelidade de Deus, mas não produziu por falta de cuidado. Nessa sociedade: Deus x homem, o homem a rompeu e traiu o sócio que lhe dera tudo. E nós, como está a nossa sociedade Com Deus?
Na segunda leitura (Fp 4,6-9) Paulo está longe e sente saudades de sua comunidade, está preocupado com ela que e recomenda-a a permanecer firme no Evangelho que lhe foi anunciado. Seu apelo é para que se ocupem de tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, louvável, virtuoso e honrado. A comunidade cristã deve estar aberta a todos os valores cristãos e humanistas. Não basta estar aberta, mas colocar em prática o que aprenderam e receberam. Este é o princípio da fidelidade, cultivar a vinha recebida pela pregação apostólica.
O Evangelho nos apresenta a parábola dos vinhateiros homicidas, 21,33-43.Vemos, nessa parábola, uma pregação bíblica e concreta sobre o plano de salvação. Uma atualização do profetismo que preparara a vinda de Cristo. Nela está refletida toda a pregação de Jesus consumada com sua ressurreição. Mateus apresenta o proprietário, os arrendatários, os servos e, por fim, o Filho. Explicando o contexto socioeconômico da época, os latifúndios estrangeiros alugavam suas terras a agricultores; morto o dono da terra sem herdeiro, quem as estivesse ocupando, quando de sua morte, passaria a ser seu dono. Isso explica a morte dos servos e a do filho do dono. O que a parábola quer dizer? Que o Pai enviara seus mensageiros, os profetas, na esperança de que o povo eleito, os judeus, os ouvissem e se preparassem para receber o Filho, como relata a abertura da Carta aos Hebreus (cf. Hb 1,1-2). Também, na parábola, Jesus preanuncia o seu fim com a morte na cruz. Jesus tem consciência de que é o enviado do Pai, indicando a responsabilidade dos judeus pela sua condenação e morte. É também manifestado o mistério de sua missão como o Messias prometido. A parábola apresenta as esperanças do Pai de que, com os diversos mensageiros, os servos, houvesse a acolhida do povo judeu ao Filho. O espancamento e morte dos diversos servos é uma referência aos mensageiros do Antigo Testamento que foram mortos porque denunciavam a injustiça. Jesus não é mensageiro, é o Filho, é Deus. Rejeitá-lo é um pecado gravíssimo. O v. 43 é uma conclusão de que a salvação não será tirada, mas dada a outro povo que fará o Reino de Deus dar frutos. Assim, do ensinamento cristológico passamos para a igreja. Do farisaísmo judaico brota uma grande aversão ao cristianismo, que tira do Evangelho a pedra angular da salvação: em lugar da Lei entra Jesus com a Igreja. A Igreja é o novo povo de Deus chamado a testemunhar e a viver o Reino dos céus, dando muitos frutos (cf. 34.41.43), encontrando sua vocação evangélica. Sua identidade é revelada para toda a comunidade: novo povo de Deus que produz muitos frutos pela sua fidelidade.
Nós somos esse novo Povo de Deus que deve cuidar da Vinha, a Igreja, e fazê-la dar frutos pela perseverança e salvação de todos.

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