TODOS OS SANTOS
- encontrobiblicocat
- 31 de out. de 2020
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Na celebração da festa dos eleitos, os santos, o livro do Apocalipse recordam a nossa vocação à santidade. Somos marcados com e selo do Cordeiro. O selo nos faz distinguir como escolhidos por Cristo para participar de sua glória. E quantos são os escolhidos? Alguns estudiosos da Bíblia interpretam que os 144 são os descendentes das 12 tribos de Israel multiplicados pelos descendentes dos 12 apóstolos, que é igual a144, acrescentando o mil, que era o limite conhecido pelos antigos. Isso dará 144.000, que traduzindo, são todos do Antigo e Novo Testamento. Quanto ao selo, a marcação é para indicar que pertence a Deus, ou seja, marcados por Deus e para Ele. Lembra-nos o batismo que, no início da celebração, somos marcados com o sinal do Senhor, a cruz na fronte. Somos todos escolhidos para sermos santos.
São João nos lembra da nossa filiação divina como grande presente. É a grande diferença: o mundo não nos conhece porque não conheceu a Deus. O presente é a herança divina e Deus sempre nos procura, porque fazemos parte d’Ele. Grande é a graça do Nosso Criador, porque nos é dado o direito de amá-lo como o filho ama o pai e não como o escravo a seu senhor. Agora somos filhos de Deus. Com essas palavras somos convidados e reconhecer que somos feitos por Deus, dizendo: irmãos na fé, comportemos de modo digno para que sejamos amados como filhos de Deus. Seremos como Ele, pois na vida presente já somos chamados filhos de Deus, uma vez que nos santifiquemos pelas virtudes inerentes e alcançaremos, de forma bem clara, a luz da ressurreição, quando o veremos como Ele é, e semelhantes a Ele. É a nossa esperança para o futuro, nosso amor no presente e nossa fé tanto no passado como no presente, por isso, precisamos ser puros como Deus.
Mateus nos apresenta a síntese da vida em Cristo, nas bem-aventuranças, 5,1-12.
Jesus começa seu discurso tendo como pano de fundo a multidão e os seus discípulos como destinatários primeiros. Os discípulos são os doze escolhidos por Jesus e que vivem em comunidade com Ele, representando a Igreja. A multidão está no fundo e presente à pregação do Mestre, preparada para, no fim, ficar extasiada com seu ensinamento (7,28-29). O Monte significa o lugar da revelação divina. Os israelitas foram ao Monte Sinai para ouvir o Senhor (Ex 19,20). A palavra do ressuscitado ressoará no Monte da Galileia (Mt 28,16). A transfiguração acontece no monte (Mt 17,1-2). Jesus fala sentado, a posição do Mestre, e sua palavra tem valor de quem tem autoridade. A forma usada é conhecida no Antigo Testamento, consistindo de palavras de felicitações e congratulações. Os motivos variam. Nas Bem-aventuranças tem um caráter sapiencial, congratulando-se com aqueles que observam a lei de Deus. Os que têm uma vida de fidelidade e obediência são felizes. porque Deus os salvará no dia final. Nas bem aventuranças Jesus se dirige aos simples, aos pobres, aos oprimidos, aos indefesos, aos marginalizados para anunciar-lhes a libertação definitiva com a vinda do Reino. Deus está para intervir na história, por isso Jesus fica feliz com eles, não para exaltação da miséria, mas porque Deus está entrando na história para tirá-los da condição desumana. Está próximo o momento em que os indefesos serão defendidos por Deus. Deus vem como defensor em seu Filho.
Mateus, como homem de Igreja, se preocupou em transmitir a essência do anúncio de Cristo à comunidade que passava por dúvidas e desvios doutrinais, para a renovação moral do povo. Impunha-se a necessidade da conversão ao Reino que fora prometido sob diversas fórmulas. É preciso deixar-se transformar para alcançar a felicidade, para ser santo.

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