Ano C – 27º DOMINGO DO TC - A FIDELIDADE E HUMILDADE
- encontrobiblicocat
- 1 de out. de 2022
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As leituras deste domingo nos levam a rever nossa vocação: servir sem reclamar. Na primeira leitura o profeta Habacuc, 1, 2-3; 2, 2-4, faz um desabafo contra as injustiças. Os poderosos da nação oprimem os pobres, vivem de corrupção, de roubos, enriquecem-se ilicitamente e se vangloriam porque não há justiça que os condene. Os gritos do profeta são a esperança da justiça que virá, tendo a certeza de um Deus presente. O profeta tem esperança e Deus lhe responde, ordenando que escreva, para ficar claro que a justiça será feita. “Ela não engana, se tarda, espera-a porque não falhará”. Não confia nos mentirosos, os que fazem promessas falsas, que não se cumprirão. “Eis que morrerá aquele que não age com justiça, mas o justo viverá por sua fidelidade”. É a realidade de hoje: muitas promessas que não se cumprirão, muita mentira. Os maus até comungam, até visitam o Papa, mandam-lhe cartas para se fazerem de bons. Não se esqueçam que os demônios gritaram dizendo que Jesus é o Filho de Deus. Mas Jesus nem conversou com eles, mandou se calassem. O demônio sempre será demônio. Não nos deixemos enganar.
O Evangelho nos apresenta o pedido dos apóstolos para que Jesus lhes aumentasse a fé (Lc 17, 5-10). Não se trata de aumentar quantativamente a fé, ter muita fé, mas qualitativamente, uma fé forte para vencer as tentações, uma fé verdadeira para fazer coisas impossíveis. São Lucas dá o exemplo com a árvore arrancada e plantada em outro lugar, traduzindo a força da confiança total em Deus. O relato do operário que chaga do campo e se põe a servir o patrão, como um escravo, é a realidade da época, onde o servo ou escravo era propriedade do seu senhor, sem direito a recompensa. Mas o que Jesus está colocando é outra coisa. Ela fala da atitude dos discípulos na comunidade, onde todos se colocam à disposição de todos sem cobrar recompensas. Isso Cristo fez por nós, entregando-se para nos salvar, como verdadeiro servo. Estamos a serviço do Reino de Deus e não dos homens. Trabalhamos nas pastorais para tornar a Igreja atuante no mundo. A Igreja vive das suas pastorais. É obrigação de todo o católico servir a Igreja, colocando-se à disposição da Paróquia e depois dizer: “Somos servos inúteis, fizemos apenas o que devíamos fazer”.
E para concluir, São Paulo disse a Timóteo (2Tm 1,6-8.13-14), e está dizendo a nós, agora: “Eu te exorto a reavivar o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espirito de medo, mas um espirito de força, de amor e sobriedade”. Como cristãos, não podemos nos esconder em nossa casa, fugindo de nossa vocação que nos foi dada no Batismo, pela força do Espírito Santo. Somos enviados a testemunhar o Evangelho, começando na família, continuando na Igreja, dentro das pastorais e expandindo-o onde estivermos. Isto é “guardar e depósito da fé”. A salvação nos é dada pelo anúncio do Evangelho. Deus, que está na origem do plano de salvação, o realiza em seus discípulos através do Filho. A preocupação com a fidelidade e a perseverança cristã não pode ficar restrita a quatro paredes, precisa abrir janelas e portas e sair pelo mundo.

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