Ano C – 3º DOMINGO DO TCA PALAVRA DE DEUS
- encontrobiblicocat
- 22 de jan. de 2022
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O povo de Deus tinha voltado do exílio babilônico. A cidade de Jerusalém já estava, em parte, recuperada, então o sacerdote Esdras, sobre um tablado, pois o templo ainda não fora reconstruído, lê parte da Lei dada a Moisés (Ne 8,2-4a.5-6.8-10). O povo, em sinal de respeito, ouvia atentamente a leitura, enquanto os levitas explicavam o texto sagrado. O narrador nos informa que esta reunião era uma “assembleia”. Podemos destacar alguns pontos importantes: 1) Era uma celebração litúrgica celebrada no primeiro dia da semana, em ação de graças. 2) Estava rodeado por pessoas que ajudavam na perseverança da fé, na instrução do povo. 3) Durante a leitura do Livro Sagrado o povo ficava de pé. 4) No final toda a assembleia respondeu com um solene “Amém! Amém!” O que temos neste relato? Uma prefiguração da Igreja. Igreja é assembleia, reunião do povo, sob a direção de um consagrado, que o instrui, consolidando-o na fé. A Igreja é preparada no Antigo Testamento por Deus e fundada por Cristo, no Novo Testamento. É o Sacramento do encontro com Deus. Ela é a guardiã do amor de Deus que nos chama à unidade, por isso foi preparada com todo o carinho pelo Pai, instituída pelo Filho e revelada pelo Espírito Santo.
São Paulo, ao se dirigir aos moradores de Corinto e também a nós (1Cor 12, 12-30), faz uma explanação teológica sobre a Igreja. Ele entra em seu mistério cristológico. Depois de falar sobre os dons unitários do Espírito Santo, descreve a teológica da Igreja, onde todos têm funções específicas. Há uma pluralidade de membros, mas um só Corpo, cuja cabeça é Cristo. “No entanto, muitos são os membros, mas o corpo é um só”. Na Igreja não há exclusão, todos desempenham uma função para construir a unidade. A diversidade de membros não reduz à mera coexistência dos membros, como se fossem partes autossuficientes e independentes. Há uma reciprocidade necessária para que haja uma só Igreja. Por exemplo, o olho não pode excluir a mão, nem a cabeça pode desligar-se dos pés. A complementariedade dos membros faz a Igreja, como acontece com o corpo humano. Paulo enumera as diversas funções na Igreja, como profetas, apóstolos, presbíteros, diáconos, catequistas, e muitos outros que, com seus carismas se completam para que exista a Igreja. Paulo fala do organismo humano, mas tem diante de si a Igreja, da qual destaca a necessidade da pluralidade de membros, diversidades e solidariedade. É hora de perguntar-nos qual membro eu sou na Igreja?
No Evangelho (Lc 1,1-4. 4,14-21), primeiramente vemos o evangelista dando uma informação sobre o relato histórico do seu escrito. Em seguida, depois do Batismo, da tentação no deserto, relata o início da vida pública de Jesus, quando ele entra na Sinagoga, em Nazaré e lê um trecho de Isaias, concluindo: “Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura”. É o início da pregação de Jesus que tem como objetivo restabelecer a justiça entre os povos, implantar o Reino de Deus entre nós, curar os enfermos, remir os pecadores, proclamar um ano de graça do Senhor. Jesus dá início à sua missão. Essa pregação de Jesus, em Nazaré, insere-se numa celebração litúrgica que acontece na Sinagoga, dia de sábado, que para nós é o domingo. Mas para Jesus, é uma obra nova. Provoca espanto entre os ouvintes. “Ele não é um dos nossos, o filho do carpinteiro?” Jesus provoca reações e espantos. Passará por rejeições, será perseguido, mas não desiste.Assim é a sua Igreja, será provada, perseguida, mas continuará sua missão de levar Cristo a todos, ensinando tudo o que Ele ensinou. Em vez de ficarmos preocupados com os erros de pessoas da Igreja, devemos anunciar o que Jesus ensinou, falar como ele falou, perdoar como ele perdoou. Devemos ser membros vivos desse corpo cuja cabeça é Cristo.

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