Ano C – 4º DOMINGO DA QUARESMA - ALEGRAI-VOS

Estamos nos aproximando da Páscoa, Vitória de Cristo sobre o pecado, a liturgia, com as leituras próprias para este domingo, nos convida a preparar o coração para o grande momento Redentor, por isso o apelo: ALEGRAI-VOS. Somos chamados a reviver os grandes momentos da história da salvação. Na primeira leitura, o povo de Deus, finda a caminhada da libertação, já na terra prometida (Js 5, 9.10-12), recorda a páscoa celebrada pelo povo de Deus no Egito, agora na terra prometida, na planície de Guigal de Canaã, enquanto se fartam dos frutos da terra, cessa maná que os alimentava no deserto. Deus não se esqueceu do seu povo que guardara todos os preceitos liberatórios. É com a fidelidade a tudo o que Deus faz por nós que somos merecedores de seus favores. Estamos caminhando para a grande Vitória. Será o prêmio da libertação do pecado, quando ressuscitaremos com o Cristo na Vigília Pascal.

São Paulo anuncia a grande alegria: “Se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo”. Eis que todos somos reconciliados com Deus em Cristo (2Cor 5, 17-21). Fomos tirados da escravidão para sermos embaixadores de Cristo. Aquele que não cometeu pecado, Cristo, se fez pecado para nos libertar.

São Lucas nos relata a parábola da misericórdia (Lc 15, 13.11-32), narrando a conversão do filho pródigo. O ponto de partida da conversão parte da fome do filho. A iniciativa é do filho diante de seus sofrimentos. O perdão dos pecados parte do arrependimento do pecador que se reconcilia com Deus e com o próximo. Mas o pai nunca deixou de esperar, com amor, o retorno do filho pecador. A conversão é marcada com um banquete, que podemos dizer ser uma referência ao Banquete Eucarístico Pascal. Por isso a alegria do pecador reconciliado que volta a fazer parte da família divina, pela contrição. “Este meu filho estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi reencontrado”. O personagem principal é pai que perdoa, acolhe, readmite no seio da família. Em contra partida, a parábola apresenta o outro filho que reluta em acolher o irmão reconciliado. E olha o que o pai lhe disse: Filho, tu estás sempre comigo, e todos os meus bens são teus”.

Cristo, em sua Igreja, disponibiliza todos os meios necessários à nossa salvação, mas não sabemos usá-los e nos deixamos morrer de ciúmes daqueles que sabem usufruir bem deles, seja nos sacramentos, seja na leitura orante da Palavra de Deus, seja nos exercícios espirituais, seja no trabalho pastoral. Na família-Igreja não pode existir a inveja, mas a unidade na reconciliação. Portanto, amados em Cristo, aproveitemos a liturgia deste 4º Domingo da Quaresma para o reaprendizado no amor de Cristo. Lembremos do grande amor do Pai que não guarda rancor, que acolhe e dispensa seus bens a todos, instintivamente. Sua única reação espontânea e justa é a festa e a alegria.