Ano C – 4º DOMINGO DA QUARESMA - ALEGRAI-VOS
- encontrobiblicocat
- 29 de mar.
- 3 min de leitura
Estamos nos aproximando da Páscoa, Vitória de Cristo sobre o pecado, a liturgia, com as leituras deste domingo, nos convida a preparar o coração para o grande momento Redentor, por isso o apelo: ALEGRAI-VOS. Somos chamados a reviver os grandes momentos da história da salvação. Na primeira leitura, o povo de Deus, finda a caminhada da libertação, já na terra prometida, celebra (Js 5, 9a.10-12) a páscoa judaica, recordando o preceito de Deus dado ao povo no Egito, agora, na terra ode corre leite e mel, na planície de Guigal de Canaã, fartam-se dos frutos da terra, cessa o maná que os alimentou no deserto, prefiguração da Eucaristia. Deus não se esqueceu do seu povo que guardara todos os preceitos de libertação. É com a fidelidade a tudo o que Deus faz por nós que somos merecedores de seus favores, liberdade para servi-Lo. Estamos caminhando para a grande Vitória, a Ressurreição de Jesus. Será o prêmio da libertação do pecado, quando ressuscitaremos com o Cristo na Vigília Pascal. É uma caminhada com provações, sempre conduzidos pela mão do Senhor que nos leva ao Pai.
São Paulo anuncia a grande alegria: “Se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo”. Eis que todos somos reconciliados com Deus em Cristo (2Cor 5, 17-21). Fomos tirados da escravidão para sermos embaixadores de Cristo, ou seja, anunciar o Reino de Deus que já está entre nós. Aquele que não cometeu pecado, Cristo, se fez pecado para nos libertar, vindo na condição humana, rebaixando-se para nos reerguer. São Paulo nos exorta sobre a graça da reconciliação, o poder conferido aos apóstolos e seus sucessores de perdoar os pecados. A nossa fraqueza é fortalecida por Cristo que se entregou na cruz e agora nos faz participante da família divina, “porque se alguém está em Cristo, é nova criatura”. É motivo de grande alegria.
São Lucas nos relata a parábola da misericórdia (Lc 15, 1-3. 13.11-32), narrando a conversão do filho pródigo. O ponto de partida da conversão, a humilhação a fome do filho. A iniciativa é do filho que se reconhece pecador. O perdão dos pecados parte do arrependimento de quem deseja a reconciliação com Deus e com o próximo. Mas o pai nunca deixou de esperar, com amor, o retorno do filho pecador. Ele não nos abandona. A conversão é celebrada com um banquete, uma referência ao Banquete Eucarístico. Por isso a alegria do Pai pela reconciliação do filho que volta a fazer parte da família. “Este meu filho estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi reencontrado”. O personagem principal é pai que perdoa, acolhe, readmite no seio da família. Em contra partida, a parábola apresenta o outro filho que reluta em acolher o irmão reconciliado. E olha o que o pai lhe disse: Filho, tu estás sempre comigo, e todos os meus bens são teus”. Todos os bens do Pai Celeste nos foram dados por Jesus Cristo.
Cristo, em sua Igreja, disponibiliza todos os meios necessários à nossa salvação, mas não sabemos usá-los e nos deixamos morrer de ciúmes daqueles que sabem usufrui-los, seja nos sacramentos, seja na leitura orante da Palavra de Deus, seja nos exercícios espirituais, seja no trabalho pastoral. Na família-Igreja não pode existir a inveja, mas a unidade na vida sacramental e pastoral. Portanto, amados em Cristo, aproveitemos a liturgia deste 4º Domingo da Quaresma para o reaprendizado no amor de Cristo. Lembremos do grande amor do Pai que não guarda rancor, que acolhe e entrega seus bens a todos, instintivamente. Sua única reação espontânea e justa é a alegria eucarística, quando Ele se entrega por nós. Amém.

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