Ano C – 7º DOMINGO DO TC - A MISERICÓRDIA, CAMINHO DA PERFEIÇÃO
- encontrobiblicocat
- 22 de fev.
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Neste domingo meditamos com o ensinamento que conduz à Pátria Celeste, a misericórdia. Uma virtude que o mundo não gosta, mas elogiada pela Sabedoria divina. O mundo ensina não levar desafora para casa, a Sagrada Escritura ensina o perdão e não ser vingativo.
Na história da formação do povo de Israel é apresentada uma rixa do rei Saul contra Davi (1Sm 26, 2.7-9.12-13,22-23). Saul foi o primeiro rei, Davi o sucedeu. Lembremos que a Sagrada Escritura é inspirada por Deus, mas escrita por homens pecadores. Nela há atitudes humanas não inspiradas por Deus, mas registradas pelo escritor sagrado. Nesta parte da Bíblia, Saul saiu para matar Davi, mas cansado, dormia profundamente no seu acampamento com todos os seus soldados. Davi se aproxima, juntamente com seu grupo, vê Saul dormindo, sua espada ao lado, é aconselhado a matar Saul. Mas Davi é uma pessoa justa, misericordiosa, respeita a vida do outro e não pratica o crime que, na época era permitido fazê-lo. Davi confia na ação de Deus e age com misericórdia. Não mata Saul. Nós, também, não devemos agir como juiz em causa própria, fazendo justiça com as próprias mãos. A história bíblica nos ajuda a descobrir o modo certo de agir, procurando a sabedoria de Deus e abandonar a dos homens.
É o que Jesus ensina no evangelho de hoje (Lc 6,27-38); “Amai os vossos inimigos fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos maldiçoam, orai por aqueles que vos difamam”. Jesus se dirige aos seus discípulos, destinatários do seu ensinamento, propondo-lhes o resumo do seu Evangelho como exigência fundamental do Reino. Assim podemos resumir esta passagem do evangelista Lucas: 1) amor pelos inimigos, fazendo o bem, bendizer e rezar por aqueles têm maus propósitos contra nós, um amor santo, sem fingimento. 2) amor desinteressado e gratuito que supera os interesses pessoais, a exemplo do amor de Deus. Não é o amor de “grupinhos”, mas universal, sem reservas. O ensinamento de Jesus a respeito do amor, antes de ser uma teoria ou um dever, é um dom, uma real possibilidade de amar como Ele ama o Pai. 3) perdão e generosidade. O amor humano tem sua fonte no amor de Deus, amor concreto diante das dificuldades humanas que se traduzem em misericórdia com o acolhimento, com a confiança; um amor que recomeça sempre depois do perdão. Na comunidade o amor se dilata com a partilha fraterna.
E o apóstolo continua com a tese sobre a ressurreição dos mortos (1Cor 15, 45-49). Faz um paralelo entre o homem criado, Adão, feito alma vivente, e o último Adão que se tornou Homem-Deus que dá a vida. O primeiro, mortal, frágil, tirado do barro, o segundo é divino, sobrenatural, potente. E nesse sentido que Paulo fala sobre a ressurreição: um dependente, psíquico, mortal; outro, espiritual, sobrenatural. Adão, escravo do pecado, destinado à morte eterna; Cristo, ressuscitado para o homem, libertando-o e salvando-o. Deste modo é que ele afirma: “Se Cristo não ressuscitou, é vã nossa fé”.
A nossa ressurreição é obra misericordiosa de Deus. Ressuscitaremos, corpo e alma, no julgamento final. Uns ressuscitarão para a vida eterna, outros, para a condenação eterna, dependendo do que viverem aqui.

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