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Assunção de Maria (15 de agosto)



Foi definida como dogma de fé por Pio XII, em 12 de novembro de 1950, através da constituição apostólica Munificentissimus Deus:


“Por isso... para a glória de Deus onipotente, que prodigou sua peculiar benevolência à virgem Maria, para honra de seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte, para incremento da glória de sua augusta mãe, para gáudio e exultação de toda a Igreja, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo e a Nossa, proclamamos, declaramos e definimos ser dogma definitivamente revelado que a imaculada Mãe de Deus, sempre virgem Maria, completado o curso de sua vida terrestre, foi assumida em corpo e alma na glória celeste. Por isso, se alguém — o que Deus não permita — ousar, voluntariamente, negar ou pôr em dúvida o que foi por Nós definido, tome conhecimento de ter-se apartado totalmente da fé divina e católica (DS 3903-3904).


A Assunção de Maria é uma das três solenidades marianas do Ano Litúrgico. É celebrada há muitos séculos, tanto no oriente, como no ocidente.

O embasamento bíblico em que se apoia a Munificentissimus Deus para proclamar a Assunção de Maria está, em entre outras passagens:


Antigo Testamento:

• Gn 3, 15, onde se vê que a Nova Eva, Maria, está unida ao Novo Adão, embora subordinada a ele, pela descendência que surge de Maria. Como Cristo foi glorificado após vencer a desobediência do homem, também a sua Mãe, pelos méritos do Filho é glorificada em seu corpo virginal.


• Ex 20, 12 — "Honra teu pai e tua mãe". O Cristo Redentor é filho de Maria. Como Ele honra o Pai, não poderia deixar de honrar também a mãe, preservando-a da corrupção sepulcral, Maria foi o sacrário vivo de Cristo agora preservado da putrificação a que estão destinados os pecadores, e ela, sem pecado algum, jamais passaria por essa condenação.


• Sl 45 (44), 10b.14-16:


À tua direita uma dama, ornada com ouro de Ofir, com muitas joias cravejadas de ouro. Vestida com brocados, a filha do rei é levada para dentro, até o rei, com séquito de virgens. Introduzem as companheiras a ela destinadas, e com júbilo e alegria elas entram no palácio.


O texto é uma alusão à Mãe do Messias participando da mesma glória do Filho.


• SI 132 (131), 8: "Levanta-te Senhor, para o teu repouso, tu e a arca de tua força".

Os exegetas vêm, na arca da aliança elaborada com madeira incorruptível e depositada no templo do Senhor, uma imagem do corpo puríssimo de Maria que foi preservada da corrupção no sepulcro. Como o Senhor, Cristo Redentor é glorificado e preservado da corrupção do sepulcro, também sua arca, Maria, o é.


Novo Testamento:

• Ap 12, 1: "Uma mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas". Neste relato de São João, para os exegetas, a mulher vestida de sol é Maria glorificada pelo Filho, participando de suas honrarias. Concluindo esta reflexão sobre o dogma da Assunção de Maria, é oportuno transcrever o que o Dicionário de Mariologia, à página 171, transcreve da Munificentissimus Deus:


Examinando o testemunho dos Padres e teólogos citados pela constituição, destaca-se que a união indissolúvel entre Maria e Jesus foi de dupla natureza: 1) Física: no sentido de que, acolhendo em seu ventre o Verbo divino e revestindo-o com sua carne, Maria tornou-se como que a arca da nova aliança, a sede da Presença encarnada de Deus entre nós. Portanto, repugna pensar que o corpo da Virgem, de tal forma fundido com a humanidade de Cristo em virtude da função biológico-materna, fosse depois separado do Filho, submetendo-se à corrupção do sepulcro. 2) Moral: enquanto Maria, como —> nova Eva, ao lado e em dependência do novo Adão (Cristo), participou intimamente da obra redentora do Filho, na luta e na vitória contra o demónio, o pecado e a morte. Por isso, como a ressurreição foi o epílogo da salvação operada por Cristo, também era conveniente que a participação de Maria nessa luta fosse coroada pela glorificação de seu corpo virginal.


A celebração litúrgica da Assunção de Maria, que se dá em 15 de agosto, é uma certeza de que estaremos reunidos, na comunhão dos santos, participando da glória celestial, erguidos pelo Novo Adão.

A certeza de que Maria, uma do gênero humano, tenha sido assunta à glória celestial, de forma plena, nos recorda as promessas de Cristo, que nos glorificará no Pai. É a certeza do nosso futuro na vida eterna.

Por isso é que a Igreja coloca Maria, depois de Cristo, como peça principal na redenção da humanidade, rendendo-lhe um culto de hiperdulia. Ela é a nossa medianeira e advogada. Entregou-nos o Cristo, em Belém, continuou conosco depois do retorno do Filho ao Pai, mantendo unida a sua Igreja-semente, e junto com o Filho, nos assiste até o nosso encontro escatológico.

 
 
 

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